O mundo da literatura e do entretenimento é repleto de gêneros cativantes, mas poucos conseguem prender a atenção do público de maneira tão eficaz quanto um bom “whodunnit”. A expressão significa algo muito peculiar e que continua a fascinar gerações de leitores e espectadores, que estão sempre tentando desvendar a arte de um bom mistério.
A palavra “whodunnit” é uma junção das palavras “who” (quem), “done” (fez) e “it” (isso). De origem inglesa, o termo é uma gíria coloquial usada para descrever histórias de mistério em que a identidade do executor de um crime, geralmente um assassinato, é mantida em segredo até o final. Esse gênero convida o público a participar ativamente na resolução do mistério, incentivando-os a juntar pistas e formular suas próprias teorias sobre quem poderia ser o culpado.
O gênero “whodunnit” começou a ganhar popularidade no início do século XX, com Agatha Christie, considerada a rainha do whodunnit, com obras icônicas como “Assassinato no Expresso do Oriente” e “Morte sobre o Nilo”. Esses livros não só apresentavam mistérios complexos, mas também um personagem memorável, Hercule Poirot, que se tornou sinônimo de um detetive brilhante.
No Brasil, para aumentar a audiência e ganhar popularidade, muitos autores de novelas usam este recurso que, por muitas vezes, fez o país parar no momento da revelação do “quem matou”, que seria a melhor tradução da expressão em inglês. Em “Vale Tudo”, de 1988, talvez tenhamos testemunhado a pergunta mais misteriosa da história da TV brasileira: “Quem matou Odete Roitman?”
Ao longo dos anos e por todo o mundo, o gênero se expandiu para além dos livros, encontrando seu lugar no cinema, na televisão e até nos videogames. Séries de TV como “Sherlock” e filmes como “Knives Out” (“Entre Facas e Segredos”) são exemplos contemporâneos de como o whodunnit continua a evoluir e a cativar novos públicos.
Diferentemente de outros gêneros, onde os espectadores ou leitores podem ser passivos, o whodunnit exige atenção aos detalhes, raciocínio lógico e uma dose saudável de curiosidade. Cada personagem, diálogo e cenário pode esconder pistas vitais para a resolução do mistério. Além disso, há uma dose de satisfação em desvendar um mistério. Quando o final finalmente revela o culpado, o público experimenta uma sensação de conclusão e, muitas vezes, de surpresa. Esse elemento mantém a história imprevisível e emocionante até o último momento.
O whodunnit não é apenas um gênero literário ou de entretenimento; ele tem aplicações práticas em várias áreas. Em ambientes educacionais, histórias de mistério podem ser usadas para desenvolver habilidades críticas de pensamento e resolução de problemas. Na era digital, a interatividade do whodunnit encontrou novas formas de expressão através de jogos e experiências de realidade virtual, onde os jogadores podem imergir em mundos cheios de mistérios para resolver. Sites e podcasts dedicados a mistérios não resolvidos também se tornaram extremamente populares, provando que o fascínio pelo whodunnit é eterno. A combinação de desafio mental e entretenimento garante que o whodunnit permanecerá um favorito perene no coração do público.